Festa de S. João d' Arga
No Alto Minho há um Santo que leva milhares de pessoas, todos os anos, até à Serra d’Arga em busca de solução para os mais variados problemas. De verrugas a quistos, de infertilidade até à dificuldade em arranjar um noivo ou noiva.
S. João d’Arga, aldeia do concelho de Caminha situada a 800 metros de altura e com apenas cerca de 100 habitantes e 25 casas, torna-se durante esta época de romaria, um local onde chegam milhares de visitantes. Alguns procuram os poderes milagrosos do padroeiro, outros procuram ouvir os tocadores de concertina e ao desafio em rusgas que se prolongam pela madrugada com centenas de pessoas a cantar e a tocar.
O «penedo do casamento» é também outros dos pontos mais característicos e conhecidos, nomeadamente por aqueles que procuram o par ideal. Para que o desejo seja atendido, as pessoas têm de executar uma pequena tarefa: atirar uma pedra para o penedo e esperar que ela se mantenha lá em cima à primeira. É sinal de que se casará dentro de um ano. Se só acertar à segunda tentativa o casamento só acontecerá dentro de dois anos. A lógica mantém-se até acertar.
Uma quadra popular que mostra de forma humorada a relação dos crentes com o «penedo do casamento» de S. João d’Arga é esta: "Ó meu Senhor S. João / Casai-me que bem podeis / Já tenho teias de aranha / Naquilo que bem sabeis".
Tradicional é também o «chiripiti». Uma bebida composta de mel e aguardente, que ajuda a combater o frio que se sente à noite. Os romeiros cumprem também habitualmente a tradição de deixar uma moeda à estátua do dragão, pisado pela também estátua do cavalo de S. Miguel. Este dragão simboliza o diabo e a esmola deixada é uma precaução: para que ele não se lembre de começar a espalhar a sua maldade durante o ano.
Fonte: Agência LUSA